T

5.8

2000-12-31

2018-07-03 12:32:31

Ao iniciarem o jogo o destaque irá certamente para o modo história, que conta o percurso fictício de Kid – um pugilista em ascensão no mundo do boxe – rumo ao estrelato. Na realidade a “aventura” começa no preciso momento em que Kid, já veterano no assunto, se prepara para aquele que poderá ser o grande combate da sua carreira. Enquanto isso, toda a aventura será contada na forma de uma analepse na qual todos os acontecimentos narrados serão referentes ao percurso que vos levará ao acontecimento primário.

Após visionarem o vídeo inicial terão que realizar um tutorial onde irão – pelo menos na teoria – aprender como funcionam os controlos. Digo na teoria, porque enquanto nos vídeos tudo isto funciona muito bem, já na prática terão que esmurraçar muito oxigénio em vão até realizarem a menor das conquistas.

Enquanto vos pedem para realizar apenas um Hook ou um Straight tudo funciona (mais ou menos) bem, mas quando é pedido que realizem uma sequência de movimentos toda a mecânica cai por água abaixo, revelando-se imprecisa e muito pouco (ou nada) divertida. Se o tutorial não vos adaptar aos controlos, pelo menos irá preparar-vos para a frustração que é jogar Don King Boxing.

O Guitar Hero dos pugilistas.
Logo de seguida começa a verdadeira aventura. Inicialmente irão combater em cenários pequenos, algumas vezes com o objectivo de angariar fundos para a caridade (não que isso tenha grande implicância no jogo). Relembro que o grande objectivo é tornarem-se uma estrela e neste jogo esse objectivo significa trabalhar para o Don King, o único capaz de vos dar a projecção que ambicionam. Para isso terão que ir seguindo a corrente de combates que vai surgindo. Cada combate é seguido e antecedido por uma sequência de vídeo onde se relatam acontecimentos relacionados com os objectivos a que se propõem.

Se combater – e consequentemente jogar – é a parte má de Don King Boxing, então ver estes comentários feitos por pessoas reais é sem dúvida a parte mais divertida do jogo. A ideia até é boa e a sua aplicação rasga o razoável. A mecânica do jogo é sempre a mesma: combate, relatos, combate, relatos, e por aí fora.

Da mesma forma, talvez na tentativa de prolongar a longevidade e imprimir alguma variedade ao jogo, são por vezes apresentados alguns combates de lendas do desporto. Mais uma vez a ideia não seria má, o problema é que os controlos são uma porcaria e a opção artística de colocar o ecrã num histórico preto e branco também não ajuda em nada.

O grande problema de Don King Boxing é que os controlos simplesmente não funcionam conforme o devido. São extremamente imprecisos e, pior do que isso, não trazem qualquer diversão. Nesta abordagem sou sincero, diverti-me muito mais ao jogar o Boxe do Wii Sports onde a liberdade e a simplicidade dos controles permite uma acção livre espontânea. Em Don King simplesmente não consegui obter satisfação. O jogo obriga-vos literalmente a aprender Boxe, mas segundo as regras de utilização dos controlos e suas falhas inerentes. Cheguei a esmurraçar com o braço direito enquanto a minha personagem atacava com o braço esquerdo, e vice-versa.

Os modelos dos personagens até estão razoavelmente bem feitos, mas é uma tristeza olhar para as suas caras e ver que tanto lhes faz levar um murro nos tomates como ganhar a final de um torneio. As ocasionais falas dos treinadores são ridículas e a única satisfação que encontrei a nível sonoro foi ouvir o grande Eye of the Tiger.

Têm ainda um modo treino que rastreia as vossas pontuações diárias através de uma série de mini-jogos que no fundo até conseguem ser o melhor deste jogo. Podem dar livremente uns murros no saco, assistir a uma aula de Fitness dando murros de forma coordenada ou ainda saltar a corda – não tem muita graça mas realmente é capaz de ajudar a perder umas calorias.


Hurra! Ganhei! Que felicidade!
No modo Treino é-vos pedido que seleccionem uma personagem personalizável, o que é estúpido pois as únicas personagens personalizáveis que podem escolher são as que já vêm pré-definidas pelo jogo, visto que não existe qualquer editor. No modo Versus de dois jogadores podem escolher entre lutar com estas personagens ou com alguns lutadores conhecidos das classes de pesos leves, médios ou pesados.

Fico com a ideia de que a maior preocupação estava centrada em engrandecer Don King, que nas suas sequências de vídeo aparece sentado num grande cadeirão quase que coberto pela majestosa bandeira Americana. Todo o jogo mais parece uma homenagem ao Don King do que propriamente um serviço prestado ao desporto. E isto percebe-se desde que entram no menu principal, onde a música de abertura conta com um Don King a cantar: “Se eu consegui, tu irás conseguir, e toda a América também”. Não condeno. O problema é que mais cedo ou mais tarde qualquer um se farta desta tamanha gabarolice que é assistida desde o menu principal até as entranhas do modo história.

Sim, como já devem ter percebido Don King Boxing é uma aposta furada da 2K Sports. Colocando de parte todos os defeitos relacionados com a apresentação, som e algumas outras escolhas relacionadas com o modo história, haveria ainda uma grande pedra no sapato relacionada com a jogabilidade. É imprecisa, insatisfatória, frustrante e cansativa, em qualquer sentido da palavra. Se acham que este género continua ainda com uma lacuna por preencher no catálogo da Wii, então Don King Boxing tabém não vem mudar nada.

Nintendo Wii

2K Boston/2K

710425343650

2

United States

256-bit

DVD

1

Snap Case

~$8.11

2025-08-04

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